Hemorroidas? O que você não pode deixar de saber sobre elas

Hemorroida é a dilatação das veias anorretais submucosas, sendo responsável por sintomas que variam de um leve incômodo da região anal à sangramento persistente ou episódios de dor. Na avaliação da presença de hemorroidas é importante colher uma história clínica detalhada, pesquisando sintomas como constipação intestinal, sangramento retal, episódios de dor, incontinência fecal ou prolapso. Com isso, será possível avaliar a gravidade desta doença, auxiliando na definição de exames e na escolha da melhor terapêutica.  Para o diagnóstico da hemorróida o exame proctológico geralmente é o suficiente. Colocando o paciente em decúbito lateral esquerdo, é possível no consultório avaliar todo o canal anal e reto, mensurando o grau da hemorróida. É importante ressaltar que a presença do sangramento retal, a hematoquezia, é um sinal importante para avaliar a presença de outras patologias como pólipos ou tumores que podem aparecer concomitantemente com a doença hemorroidária. Embora a maioria dos pacientes com sangramento retal não tenha câncer colorretal, o sangramento retal atribuído a hemorroidas pode ser a oportunidade para que se faça uma avaliação detalhada da presença de tumores1.

Geralmente as hemorroóidas do 1º e 2º grau são tratadas com medidas simples, como orientações higienodietéticas e, se necessário, procedimentos ambulatoriais como a ligadura elástica. Este procedimento é feito no consultório, sem necessidade de analgesia ou preparo intestinal prévio.

A Hemorroidectomia guiada por Doppler é uma nova modalidade de tratamento cirúrgico, realizada a nível de Hospital Dia, podendo ser indicada para algumas hemorroidas que não apresentam melhora após tratamento ambulatorial ou hemorroidas em graus mais avançados (hemorroidas do 3º e 4º. Grau). Neste procedimento é feito a ligadura da artéria hemorroidária guiada por Doppler, aparelho que identifica cada artéria hemorroidária que será ligada. Em geral, estudos prospectivos utilizando essa técnica demonstraram resultados favoráveis ​​a curto prazo e com taxa de recidiva de 17,5%, sendo maior em hemorroidas do 4º grau. As taxas gerais de complicações pós-operatórias são baixas, com taxa de sangramento geral de 5,0% e taxa global de reintervenção de 6,4%.1

Portanto, a hemorroida pode ter seus sintomas curados ou melhorados, inicialmente com medidas simples e, caso não responda, através de procedimentos cirúrgicos que não exijam a retirada do mamilo hemorroidário.

[1] https://www.fascrs.org/sites/default/files/downloads/publication/cpg_management_of_hemorrhoids.pdf

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