Perda involuntária de gases e fezes – Incontinência fecal – É preciso mesmo sofrer calado?

A perda involuntária de gases e fezes, a incontinência fecal, pode ter um grande impacto na vida de quem apresenta esse sintoma, afetando inclusive a dinâmica familiar. Pessoas com incontinência fecal podem se tornar retraídas, mal-humoradas, evitando o convívio social.  Muitas vezes o temor e a vergonha fazem com que a pessoa com perda de gazes e fezes demore em procurar ajuda especializada, trazendo ainda mais angústia pela manutenção do “círculo vergonha-doença”, onde a vergonha impede a obtenção de ajuda e a piora dos sintomas pela falta de tratamento causa ainda mais sofrimento psicológico.

Mas a incontinência fecal pode sim ser tratada ou, pelo menos, controlada. Realizar exames de manometria anorretal e ultrassonografia endoanal que avaliam a presença de alterações sensitivas e motoras, assim como a integridade e pressão dos músculos esfincterianos, pode ajudar na escolha da terapia mais adequada.  Esse sintoma tão debilitante pode ser melhorado com medidas dietéticas simples que restabeleçam o volume e a consistência ideais do bolo fecal, como a ingestão de fibras, controle da ingesta de lactose ou uso de medicações que aumentem a absorção de líquido das fezes ou reduzam a motilidade intestinal. A reabilitação fisioterápica, com a realização de exercícios que fortaleçam o assoalho pélvico, bem com como a eletroneuroestimulação com adesivos de superfície ou agulhas de acupuntura, são modalidades terapêuticas que podem recuperar a capacidade de reter gazes e fezes. Naquele pacientes com sintomas mais graves, a realização de cirurgias minimamente invasiva, como o implante de eletrodos na raízes sacral S3/S4, a neuroestimulação sacral, pode ser decisiva para melhora da qualidade de vida.

Portanto, a incontinência fecal, apesar de ser um sintoma muito desagradável   e algumas vezes debilitante, pode ser sim tratado e a ajuda de médico especialista pode ser decisiva na escolha do melhor tratamento, porque o importante “é viver e não ter vergonha de ser feliz”

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